sábado, 13 de fevereiro de 2021

Mags compartilha três músicas novas no Instagram

Reprodução/Instagram
Três canções inéditas foram divulgadas recentemente por Mags em seu perfil oficial no Instagram. A primeira faixa compartilhada pelo músico se chama I'm In e foi uma das mais elogiadas pelos fãs. “Em tempos difíceis como este, todos temos o dever de nutrir e proteger essa luz oscilante que irradia esperança”, disse Mags. 

A segunda canção, God is in the Details, foi classificada por Mags como a mais dissonante, mas talvez a mais otimista. “Minha versão de otimismo talvez não seja para todos, mas para aqueles que são inclinados, aqui está”, registrou.

Já a terceira e última faixa se chama Time is on Your Side. Foi postada no final de janeiro e, ao contrário das outras, não traz comentários.

Segundo Mags, as novas músicas podem ou não ganhar um lançamento oficial no futuro. “No momento, são demos inacabadas [...] - muito parecidas com os primeiros desenhos em um caderno de esboços, mas escritas, produzidas e executadas por mim”, publicou o músico.

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Histórico show no Rock in Rio completa 30 anos

Reprodução/TV Globo

Uma data a ser sempre celebrada: 26 de janeiro de 1991. Foi naquela noite de sábado, há exatamente 30 anos, que o a-ha batia um recorde mundial e entrava para o Guinness Book com o maior público pagante de todos os tempos: 198 mil pessoas. Uma marca alcançada durante a histórica apresentação no Rock in Rio II, no estádio do Maracanã. Para lembrar as três décadas daquele show memorável, os sites Tenho Mais Discos Que Amigos e Up Rock publicaram matérias que valem a leitura.

“Em 1991, o Rock in Rio recebia grandes bandas como Guns N’ Roses, Judas Priest, Titãs, Megadeth, Sepultura e INXS para sua segunda edição. Acontece que o verdadeiro headliner do festival, por assim dizer, acabou sendo o a-ha”, publicou o Tenho Mais Discos Que Amigos.

O site lembra que, mesmo o a-ha batendo o recorde mundial e sendo ovacionado pelo público, parte da imprensa especializada simplesmente não reconheceu o feito na época. “Os nórdicos acabaram ignorados pela mídia brasileira e mundial mesmo com o sucesso estrondoso de Take on Me, que impulsionou toda essa fama”, escreveu o site de música. 

Tanto é que em setembro de 2011 a extinta revista Bizz admitiu, com 20 anos de atraso, a incrível marca alcançada pelo a-ha. “Esnobado pela crítica, trio a-ha leva 198 mil ao Maracanã, maior público pagante do showbizz”, registrou em uma edição especial dedicada ao Rock in Rio.

Reprodução/TV Globo

Em entrevista à revista britânica Music Week, em agosto de 2009, Paul falou sobre o boicote e como a falta de atenção da mídia foi um golpe devastador para a banda. “A MTV entrevistou todo mundo, exceto a gente. Todos eles [os repórteres] estavam ligando para os seus chefes e dizendo: 'Temos que cobrir o a-ha. É a única noite que está esgotada'. Mas eles não tinham permissão”, recordou o guitarrista do grupo.

O Rock in Rio II, que deveria ter sido a maior conquista da banda, foi um momento de grande frustração. “Eu me senti completamente excluído”, declarou Mags na mesma entrevista. “Isso deixou a gente desapontado. Tocamos para a maior plateia do mundo e eles ignoraram”, completou.

No livro My Take on Me, Morten falou da experiência de tocar para um público recorde. “Quando me preparava para me dirigir ao palco, tive uma conversa com Mel Bush, o produtor: 'Ainda estamos contando, mas provavelmente vamos superar o recorde mundial de plateia pagante', ele disse. 'São cerca de duzentas mil pessoas. É um grande momento, Morten'. Ok, respondi, tentando receber a notícia com calma”, conta. 

“Ao me dirigir para o palco, enfrentando o calor úmido de uma noite carioca, rumo à barreira de ruído da multidão, as palavras do produtor ecoavam em minha mente: 'É um grande momento, Morten'”, recordou.

“A previsão de Mel se confirmou, mas não da maneira como ele imaginara. O show do Rio foi o maior de minha vida, mas ele se tornou inesquecível por outros motivos. Não foi apenas o Rio que balançou naquela noite; meu mundo também”, afirmou o vocalista do a-ha.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Shows podem ser adiados de novo, diz empresário

Foto: Tania Dalton/Reprodução/Twitter
O empresário do a-ha, Harald Wiik, disse em entrevista ao jornal norueguês VG que os shows programados para 2021 provavelmente serão reagendados. A notícia sai dias após a banda cancelar de novo as sete apresentações no Japão (saiba mais logo abaixo).

“Trinta a quarenta shows foram adiados para 2021. Infelizmente, presumo que teremos que adiar tudo mais uma vez, para 2022. É improvável que grandes shows e festivais estejam ocorrendo até o terceiro ou quarto trimestre de 2021”, disse.

“Gostaria que pudéssemos fazer uma turnê em 2021, mas não acho que isso seja possível. Só na Noruega estima-se que haja 1,3 milhão de pessoas no grupo de risco, que são as primeiras que devem ser vacinadas. Mesmo que a maioria das coisas corra de acordo com o plano, é difícil imaginar um retorno à normalidade até o final do outono. Depois que as vacinas tiverem colocado a situação sob controle, levará algum tempo para que as restrições sejam removidas. Em seguida, os eventos devem ser planejados e realizados. Pode ser desafiador chegar ao início do verão”, completou o empresário.

Ao ser perguntado pelo jornal se será possível fazer uma turnê mundial em grande escala semelhante ao que foi planejado antes da pandemia, Harald Wiik respondeu: “Acho que pode ser possível em 2022, mas mesmo assim é incerto. Estamos planejando fazer uma turnê por toda a América do Sul, além dos EUA, que está enfrentando grandes desafios, e também pode haver novas ondas [de coronavírus] na Europa”, afirmou. 

Foto: Tania Dalton/Reprodução/Twitter

“Estamos, como todos os outros, dependentes da situação para ficar sob controle, e também temos que fazer uma avaliação específica de risco em nome de nossos funcionários e, não menos importante, de nossos públicos”.

Segundo o empresário do a-ha, a equipe da banda trabalha no momento em um filme e em um musical, além do documentário já concluído. Músicas novas também estão sendo escritas pelos integrantes, embora ainda não se saiba como elas serão usadas.

“O a-ha pode lidar com outro adiamento da turnê. Mas é doloroso ver como nossa equipe e músicos de apoio estão sofrendo, que, além de nossos adiamentos, também estão perdendo outras oportunidades de turnê”, concluiu.

JAPÃO - Os shows no Japão, que haviam sido remarcados para o final de janeiro, foram novamente cancelados devido à atual situação da pandemia. Novas datas ainda serão anunciadas. Confira a nota do a-ha:

Devido à situação atual da COVID, as datas da turnê japonesa que foram adiadas para janeiro de 2021 estão sendo remarcadas novamente.

As novas datas ainda não foram confirmadas, porém seus ingressos para as datas originais serão válidos para as novas datas. Caso não possa comparecer às novas datas, haverá a oportunidade de solicitar o reembolso. Compartilharemos todos os detalhes assim que forem confirmados.

Nós sabemos que vocês estão ansiosos por esses shows, e também estamos ansiosos por um momento em que seja seguro estarmos juntos e tocarmos para vocês.

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Para Morten, novo álbum não está descartado

Foto: Angie Redford/Reprodução/Twitter
Após meses sem dar nenhuma notícia, Morten reapareceu recentemente para dar algumas entrevistas em conexão com o lançamento da edição alemã do livro Heimkehr, do jornalista norueguês Ørjan Nilsson. Em um bate-papo com o grupo de mídia Redaktionsnetzwerk Deutschland (RND), da Alemanha, o vocalista falou sobre vários temas, como seu interesse pela música desde criança, sua participação como jurado do The Voice e suas ideias sobre o que pode ser feito para combater as mudanças climáticas. Morten também foi questionado sobre as possibilidades de outro álbum de estúdio do a-ha.

“Pessoalmente, acredito que você ouvirá mais de nossa banda. Mas também pode ser que encerramos [com os álbuns de estúdio]. Ambas as opções são possíveis. Neste ponto, eu só sei que Magne está trabalhando em novas músicas e que eu mesmo estou escrevendo músicas. Tenho certeza que Paul também está fazendo música no momento, mas ele está preso na Califórnia por causa da pandemia e não pode viajar”.

Ao ser perguntado se essas músicas aparecerão em um álbum conjunto, ele respondeu: “No final, pode culminar em algo que faremos juntos. Mas também é possível que as músicas sejam usadas em projetos solo”.

Morten também disse que já ouviu algumas das novas músicas de Mags e que elas são muito boas. “Isso realmente poderia se tornar um material para o a-ha, mas teremos que ver o que acontece. Fizemos algumas turnês nos últimos dois anos, mas não estivemos realmente juntos no estúdio por um tempo. O tempo voa. É impressionante olhar para trás e ver quanto tempo estamos na estrada”, declarou o vocalista.

Em agosto, Mags já havia dado uma entrevista dizendo que estava de volta ao estúdio para ver como era escrever algo para o a-ha depois de algum tempo. “É algo que pode ou não acontecer”, disse na época.

Com informações do site norueguês a-ha live.

domingo, 27 de dezembro de 2020

Clipe de Train of Thought em versão alternativa

Cena até então 'inédita' do vídeo lançado em 1986. Reprodução/YouTube

Uma versão alternativa, e bem interessante, do clipe de Train of Thought foi disponibilizada recentemente no YouTube. O vídeo, obtido a partir de um documentário produzido em 1986 pela TV norueguesa NRK, traz várias cenas 'inéditas' da banda em ação, com tomadas e enquadramentos nunca antes vistos. Diferentemente do clipe lançado oficialmente, esta versão alternativa tem menos efeitos de animação.  

“No momento estou trabalhando em uma versão melhor com uma cópia VHS”, publicou o canal The A-ha Archive, responsável pela postagem.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Mags escreve contos para revista norueguesa

Capa da revista de Natal
Mags fez sua estreia como escritor de ficção na edição 2020 da revista de Natal norueguesa Juleroser. O músico apresentou uma coleção de contos inspirados em sua própria canção, So Cold It’s Hard To Think, do álbum White Xmas Lies, lançado em 2019.

As histórias são escritas em norueguês e distribuídas em oito páginas, intercaladas com letras de músicas em inglês e ilustradas por duas xilogravuras. As histórias giram em torno de relacionamentos, experiências de trabalho, John Lennon e a vida durante a pandemia.

Mags foi convidado a contribuir para a revista pela cantora Herborg Kråkevik, responsável por editar a publicação. “Eu ouvi uma música que me impressionou muito, e então li uma entrevista com Magne onde ele falou sobre ela. Ele não a chamou de música anti-Natal, mas que era sobre recuperar o Natal daquilo que se tornou. E a Juleroser pretende ser uma alternativa às coisas superficiais”, disse Herborg ao jornal VG.

Recentemente, Mags e Herborg visitaram o Lysebu Hotel, em Oslo, para promover a revista e também gravar alguns vídeos. Um clipe dos dois cantando Vinterstilla já está disponível no Facebook.

Esta não é a primeira vez que os dois participam de um projeto juntos. Em 1998, Mags e Kjetil Bjerkestrand compuseram a melodia da música Ein Strek - Nokon Fargar, interpretada por Herborg.

A revista Juleroser é publicada pela editora Det Norske Samlaget e já está disponível nas principais lojas da Noruega.

Com informações do site a-ha live.

domingo, 20 de dezembro de 2020

Músicas gravadas por Morten em 98 são divulgadas

Morten ao lado de Mark O’Sullivan em 1998. Divulgação/Arquivo pessoal 

Três músicas cantadas por Morten para um projeto da dupla sueca-irlandesa Boolaboss, em 1998, foram divulgadas pela primeira vez ao público. As canções, intituladas The Secret, My Star e This is a Nothing, foram disponibilizadas por Mark O’Sullivan, um dos integrantes da dupla que tinha também como membro Walter Bäcklin.

De acordo com o site norueguês a-ha live, o primeiro single dos músicos, The Secret, estava planejado para ser lançado em fevereiro de 1999, mas foi cancelado quando Morten precisou mudar o foco para o a-ha e para a gravação do álbum Minor Earth, Major Sky. No final das contas, nenhuma música da colaboração do vocalista com a dupla acabou sendo lançada na época.

As gravações foram redescobertas recentemente durante a produção do livro Hjemkomst, que aborda a carreira solo de Morten de 1993 a 1998. Em fevereiro do ano passado, o vocalista se encontrou novamente com Mark O’Sullivan na cidade de Estocolmo, na Suécia, para discutir a possibilidade de finalmente lançar as músicas.

“Foi uma colaboração realmente empolgante e é uma pena que nada tenha sido lançado. Tenho pensado nisso muitas vezes desde então. O single The Secret foi muito bacana”, declarou Morten no livro.

Em entrevista ao jornal sueco Expressen, em outubro de 1998, Mark O’Sullivan afirmou que Morten é um cantor absolutamente brilhante. “A primeira música que gravamos juntos foi The Secret, que escrevi para o meu irmão. É uma música muito emocionante e imediatamente o Morten entendeu o que eu queria”.

Outras três músicas gravadas pelo vocalista, Giant Steps, Butterfly e Things I, ainda não foram reveladas.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Livro sobre carreira de Morten ganha edição alemã

Capa da edição alemã
O livro Hjemkomst, que aborda a carreira solo de Morten entre os anos de 1993 e 1998, agora está disponível também em alemão. A obra, assinada pelo jornalista Ørjan Nilsson, foi originalmente lançada em norueguês no ano passado e chegou a figurar na lista dos mais vendidos.

A nova edição do livro ganhou o título Heimkehr, que tem o mesmo significado do nome original e que em português significa 'Volta para Casa'. O lançamento é pela editora alemã Hannibal Verlag, com tradução de Daniela Stilzebach, que já havia trabalhado com Nilsson no livro Tears From a Stone.

Onde comprar:
Amazon.de | Amazon.co.uk

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Segundo álbum dos Bridges ganha novo lançamento

Divulgação

O segundo álbum dos Bridges, banda na qual Paul e Mags tocaram antes do surgimento do a-ha, ganhou recentemente um novo lançamento, desta vez mundial. O disco, intitulado Våkenatt (em português, “Vigília”), saiu originalmente em agosto de 2018 em edição limitada (apenas 900 cópias), 38 anos depois de ter sido gravado na Noruega.

Agora, o álbum está sendo disponibilizado não apenas em LP, como também em CD e em formato digital, podendo ser adquirido no site thisisdig.com e também nas plataformas de música. O lançamento é pela Korova Records, selo britânico pertencente à Warner Music.

Com 10 faixas, o Våkenatt traz algumas pérolas, como as primeiras versões de Scoundrel Days (ainda chamada de The Leap) e Soft Rains of April. Outra canção do disco é All The Planes That Come In On The Quiet, também gravada pelo a-ha, mas apenas em versão demo.

Em entrevista ao blog Super Deluxe Edition, em fevereiro de 2018, Paul contou que o álbum acabou não sendo lançado em 1981, como era planejado, porque ele e Mags gastaram todo o dinheiro que tinham na viagem que fizeram para Londres no intuito de alcançarem sucesso.

sábado, 31 de outubro de 2020

East of the Sun, West of the Moon faz 30 anos

Disco mostrou o amadurecimento da banda em estúdio e também nos palcos

O álbum que marcou uma nova guinada na carreira do a-ha acaba de completar 30 anos. Em 27 de outubro de 1990, a banda lançava o seu quarto trabalho de estúdio: East of the Sun, West of the Moon. O disco foi um divisor de águas para o grupo. Representou não apenas o fim da era oitentista e a chegada da década de 90, mas principalmente o amadurecimento do trio, tanto em estúdio como também nos palcos.

“Nós percebemos que os anos 80 estavam ficando para trás, os sintetizadores não eram mais tão excitantes. Começamos a sentir falta de onde iniciamos, (Bridges) onde tocávamos como uma banda de verdade sem ligar para que os outros estavam fazendo”, declarou Paul no livro The Swing of Things (2010).

“Nós reunimos uma banda de apoio formada por músicos noruegueses e gravamos todas as canções em takes únicos e completos. Foi totalmente diferente do que fizemos antes. Se tornou algo mais orgânico. Você pode ouvir essas músicas várias vezes e ainda assim encontrará várias nuances, porque não é uma 'máquina' que está simplesmente 'cuspindo' as notas”, completou o guitarrista.

Apesar de não ter alcançado o mesmo sucesso comercial dos três primeiros álbuns, o East of the Sun, West of the Moon teve êxito em várias partes do mundo. Alcançou o primeiro lugar na Noruega e entrou no Top 20 em diversos países europeus, incluindo Alemanha (6ª posição), Reino Unido (12ª), França (15ª), Suíça (16ª) e Holanda (20ª). Na Ásia também se saiu bem, entrando no Top 20 das paradas do Japão.

O álbum foi produzido por dois britânicos conhecidos pelo talento no mundo da música. “Subitamente apareceu um monte de gente que queria trabalhar conosco. Mas nós escolhemos Ian Stanley, o tecladista que trabalhou com o Tears For Fears, que também havia trabalhado com um monte de gente diferente, incluindo Lloyd Cole & The Commotions. Um músico de verdade que fala a nossa linguagem”, afirmou Paul.

“E para fazer a gravadora feliz, trouxemos um verdadeiro 'Hit Maker' a bordo, Chris Neil. Dividimos o álbum entre esses dois. Gravamos ele no estúdio Abbey Road e no Air Studio de George Martin”, disse o guitarrista.

Também no livro The Swing of Things, Mags falou sobre o sentimento da banda à época do lançamento do East of the Sun, West of the Moon. “A forma como eu me lembro desse álbum era de que eu e o Paul estávamos totalmente de acordo sobre a direção a seguir, enquanto Morten ficava contemplativo, observando nossa viagem”.

“Nós realmente decidimos que queríamos ser levados a sério e como sempre, não foi uma boa ideia. Mas o disco é bom, cheio de pérolas escondidas”, completou o tecladista.

Capa do single de Crying in the Rain

Morten, de fato, não estava na mesma vibe de Paul e Mags. “Essa foi a primeira gravação que realmente sofreu com o complexo de inferioridade da banda”, afirmou o vocalista no mesmo livro. “Nós achávamos que devíamos fazer um grande esforço para soarmos 'cool', trazendo pra fora outras facetas, mas eu não funciono dessa forma”, contou Morten.

“Eu tenho que cantar naturalmente a canção que me é apresentada. Se acontecer, aconteceu. Era uma viagem de Paul e Magne. Eu senti instintivamente que estava tudo errado, mas eu tentei seguir junto. Eu posso ter cometido algum erro. O que deveríamos ter feito era esperar as coisas acontecerem naturalmente”, declarou o vocalista.

Ao contrário dos álbuns anteriores, o East of the Sun, West of the Moon contou com apenas três singles: Crying in the Rain, I Call Your Name e Early Morning

Foi a primeira vez na carreira que o a-ha regravou uma canção. “Houve conversas e discussões sobre se o a-ha deveria fazer uma versão cover do antigo sucesso dos Everly Brothers, Crying in the Rain”, recorda o baixista norueguês Jørun Bøgeberg em depoimento publicado em seu site. Ele tocou com o a-ha de 1990 a 1994.

“Terry Slater, o empresário, era um bom e velho amigo dos Everly, e não tenho certeza se foi ideia dele, mas os rapazes do a-ha sentiram que poderia ser uma coisa divertida (e talvez inteligente) de se fazer depois de um tempo de reconsideração”, completou o baixista, que também tocou com Morten na banda Souldier Blue, no início dos anos 80.

Segundo Jørun, até mesmo o renomado produtor britânico Trevor Horn chegou a participar das discussões sobre a regravação de Crying in the Rain. Ele seria uma espécie de “produtor alternativo” da canção. No entanto, não houve consenso sobre como a música deveria soar. “Parecia que Horn queria torná-la um tipo de faixa dance hipercomercial. Isso não agradaria aos garotos teimosos do a-ha. Eles nem tinham certeza se era uma boa ideia fazer a música”, afirmou o baixista.

“No álbum havia dois produtores, que trabalharam separadamente. Nós nos dávamos melhor com Chris Neal, simplesmente porque ele nos deixava tocar. O outro cara era Ian Stanley, trancado em suas máquinas”, declarou Jørun Bøgeberg.

Capa do single de I Call Your Name

Quando o álbum estava prestes a ser lançado, as coisas começaram a ficar agitadas, conta o músico. “Em algum momento os meninos perguntaram a Per (o baterista) e a mim quem achamos que deveria ser o saxofonista da banda, já que a música I Call Your Name tinha obtido uma importante parte de sax. Per e eu olhamos um para o outro e o mesmo pensamento surgiu em nossas mentes. Devia ser Sigurd, claro, sr. Køhn, com quem nós dois trabalhamos”, recorda.

De acordo com o baixista, aqueles que pensam que o a-ha nunca poderia ser uma banda de rock, este é o período que exatamente isso aconteceu. Para ele, foi muito divertido e construtivo trabalhar com pessoas que aparentemente sabiam o que procuravam na música. “Fiz o meu melhor para fazer o que estava mais próximo das demandas, e o fiz com um pequeno toque pessoal”, afirmou.

“Os três rapazes eram indivíduos muito diferentes, mas me parecia que eles eram capazes de encontrar sua solução comum para as coisas, como uma unidade forte, o melhor de todos os três”, destacou Jørun.

Para Paul, o East of the Sun, West of the Moon contém várias canções ambiciosas, como a própria faixa-título e também Slender Frame, Early Morning e I Call Your Name. “É um álbum com um tom consistente, uma identidade. Vendeu cerca de três milhões de cópias, cerca de meio milhão a menos que o anterior, o que foi algo negativo. Foi muito frustrante pra mim”, lamentou o guitarrista.

"Crying in The Rain é cheio de romance americano, como o restante do disco”, destacou Mags. “Early Morning soa como uma velha canção do The Doors. East of The Sun é uma boa faixa. Sycamore Leaves tem uma atitude mais Rock n' Roll com a costumeira 'Qualidade Waaktaar' na letra e melodia. Ela soa como a continuação de I've Been Losing You”, completou o tecladista.

Foi justamente com esse álbum que Mags pela primeira vez fez questão de cantar, algo que até então ele só havia feito em gravações demo (e mesmo assim dividindo os vocais com Morten). “The Way We Talk foi a minha primeira rebelião. Eu queria cantar! Eu acho que estava bem bravo quando eu disse que deveria ter um lugar em um álbum do a-ha para fazer experiências com a velha fórmula”, contou o tecladista.

No livro, Mags também falou da interferência de Paul em suas composições. “Waiting for Her é uma pérola esquecida que eu gosto muito. A letra dela foi esmagada como de costume. Eu tentei pôr o meu toque na letra, mas Paul mudou os versos e eu desisti”, queixou-se.

Em um recente artigo publicado na revista norueguesa Jazznytt, o jornalista Ørjan Nilsson falou sobre a canção (Seemingly) Nonstop July, mais especificamente sobre o trecho em que há a voz de um homem discursando no final da música. Para saber mais sobre ele, Ørjan ligou para Paul em Los Angeles.

Capa do single de Early Morning

“Lembro-me bem daquele dia”, afirmou o guitarrista do a-ha. “A música foi gravada na Prince Street, no Soho, no meio de uma onda de calor. Eu estava no quinto andar com a janela ligeiramente aberta, quando ouvi um cara começando a gritar profecias do juízo final nas ruas”, recorda Paul, que se apressou e apontou o microfone para fora da janela.

“O cara tinha um ótimo timing, já que eu não precisei editar a gravação ou mover as partes depois. Uma maravilha. Ele continuou por vários minutos após o fim da música, com a mesma intensidade, mas a voz foi ficando cada vez mais distante à medida que ele desaparecia na rua”, contou o guitarrista a Ørjan Nilsson.

No trecho do discurso, o homem desconhecido diz:

You will understand me
Endless pain or endless pleasure
Endless pain or endless pleasure
Some of you have to show me…
Some of you have to show me…

Endless pain
If some of you have children…
Endless pain

You´d better wisen up

Para marcar os 30 anos do East of the Sun, West of the Moon, a gravadora Rhino Records, subsidiária da Warner Music, acaba de relançar o álbum em LP. A edição limitada, em vinil roxo 180g, pode ser adquirida no site da Amazon. Esta é a primeira vez que o disco sai neste formato desde o lançamento original do LP em 1990.

Para os fãs que curtem faixas demo, B-sides e early versions, vale a pena conferir a edição de luxo do álbum lançada em outubro de 2015, no aniversário de 25 anos. O material inclui, além do disco original remasterizado, um CD extra com várias versões raras e um DVD do show Live in South America.