quarta-feira, 29 de julho de 2020

Familiares e amigos dão adeus a Rodrigo Rodrigues

Reprodução/Instagram

Faleceu na manhã dessa terça-feira (28), em um hospital do Rio de Janeiro, o escritor e jornalista Rodrigo Rodrigues, 45 anos. Ele estava internado desde sábado (25), com diagnóstico positivo para a Covid-19, após dar entrada na emergência com sintomas relacionados à doença.

Rodrigo Rodrigues é o autor do prefácio da edição nacional de My Take on Me, a autobiografia de Morten lançada no Brasil em 2017 pela Faro Editorial. Por também ser músico e autor da própria editora, ele recebeu o convite para fazer a apresentação da obra (texto abaixo).

No Reino da Noruega, Morten Harket é considerado o maior artista da história do país escandinavo. E o A-ha, claro, a maior banda. Também, pudera: em 30 anos de carreira, o trio de pop-rock vendeu mais de 80 milhões de discos no mundo todo, boa parte em lojas brasileiras.

Quando o cantor pisou pela primeira vez no Brasil, em 1989, a banda já havia emplacado hits como Take on Me, Hunting High and Low e You Are The One, além de ter no currículo uma trilha de 007: The Living Daylights. Em 1991, tocou no Maracanã para 200 mil pessoas na segunda edição Rock in Rio e entrou para o Guinness Book. "O som quente que veio do frio", foi como descreveu a imprensa nacional na época. Eles haviam conquistado de vez o país tropical.

Neste livro você vai saber como um garoto de subúrbio, que sofria bullying na escola, virou o frontman do grupo que fez sucesso mundial com o synthpop romântico e marcou a cena musical da década de 1980, ao lado de Duran Duran, Pet Shop Boys e Wham! O jovem que era conhecido por sonhar acordado na Noruega mudou para a Inglaterra e virou realidade: Morten Harket, umas das vozes mais respeitadas e invejadas do meio artístico, revela aqui mais que sua arte. Stay On These Roads, we shall meet.

Em maio de 2017, o a-ha Notícias conversou com Rodrigo para saber um pouco mais da relação dele com o trio norueguês. Na entrevista, ele contou que começou a ouvir o som do grupo em meados dos anos 80 e que virou fã quando ganhou de presente uma coletânea em 1988. “Um amigo gravou pra mim uma fita K7 com as melhores músicas da banda até então. Literalmente, gastei de tanto ouvir”, disse o jornalista.

Na mesma entrevista, Rodrigo revelou nunca ter ido a um show do a-ha. “Não vi os caras ao vivo. Fui em dois dias no Rock in Rio de 1991, 20 e 23 de janeiro, mas o a-ha só tocou no dia 26”, recordou. Em seu blog, em um post intitulado A TDK do a-ha, ele também comentou sobre a ausência nas turnês do grupo. “Em 89 a banda veio ao Brasil, acabei não indo ao show. Em 91, fez uma das apresentações mais comentadas do Rock in Rio 2, mas eu já metido a guitarrista só queria saber do Guns”.

A fita com as melhores do a-ha que Rodrigo ganhou em 1988

O álbum favorito de Rodrigo era o Stay on These Roads, justamente o disco que abria a fita k7 que ele ganhou de presente em 88. “You Are the One me pegou de jeito. Eu estava aprendendo violão na época e tocava essa sem parar”, afirmou. “Aquela TDK A-60 era uma paulada”.

“Quando vi nas livrarias o DVD The Final Concert lembrei na hora da minha fita cassete, a tracking list era praticamente a mesma! Assisti no mesmo dia de cabo a rabo e lamentei nunca ter visto a banda ao vivo; como o som era legal, como o Morten Harket cantava bem. E os outros caras, Paul e Magne, ao contrário do que a gente achava nos anos 80, tocavam de verdade”, registrou o escritor e jornalista em seu blog.

Ao ser perguntado sobre a sua canção do a-ha favorita, ele respondeu: “Difícil escolher uma música de uma banda com tantos hits. Alguns discos até parecem coletâneas. Gosto muito de The Living Daylights (...), mas acho que a minha preferida mesmo é Take on Me. A primeira a gente nunca esquece. Não por acaso dá título ao livro, né?”.

Como músico, Rodrigo era guitarrista da banda The Soundtrackers, dedicada a tocar apenas trilhas sonoras do cinema. Uma das faixas do repertório era justamente The Living Daylights. Na época em que My Take on Me foi lançado no Brasil, a banda de Rodrigo gravou, a pedido da Faro Editorial, um clipe ao vivo para promover a obra. A faixa também foi disponibilizada em plataformas como iTunes e Spotify.

Ainda em seu blog, Rodrigo Rodrigues explicou como surgiu o convite para escrever o prefácio de My Take on Me. “Num almoço pra falar sobre PARIS PARIS e os próximos livros, meu editor disse que a Faro Editorial estava trazendo a biografia do cantor do a-ha para o Brasil e perguntou se eu gostaria de escrever a apresentação do livro. Topei na hora (...) Mais uma vez lembrei do K7, revi o DVD e o download do texto foi quase imediato, saiu numa tacada só”, registrou o jornalista.

Sobre o livro, Rodrigo declarou: “My Take On Me. O título é ótimo e a edição tá caprichadíssima, com capa dura, poster encartado e álbum de fotos no miolo”. E finalizou: “Meu texto tá lá na chamada quarta capa, com um destaque que eu não merecia. Mas agora me sinto menos mal em ter subestimado os caras, de certa forma retribuí os momentos bacanas que a coletânea do Leopoldo me proporcionou”, escreveu.

O a-ha Notícias lamenta profundamente o falecimento de Rodrigo Rodrigues e se solidariza com os seus familiares, amigos e colegas de profissão neste momento de luto e dor. Que ele descanse em paz.

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Turnê europeia é remarcada para abril e maio

Foto: Sarah O/Twitter/Reprodução

O a-ha anunciou nesta segunda-feira (27) as novas datas da turnê europeia. Devido à pandemia do novo coronavírus, os 18 shows no continente, agendados inicialmente para outubro e novembro deste ano, foram agora remarcados para os meses de abril e maio de 2021.

Novas datas da turnê europeia

16 de abril de 2021 - Gothenburg, Suécia
17 de abril de 2021 - Copenhagen, Dinamarca
19 de abril de 2021 - Praga, República Tcheca
21 de abril de 2021 - Bruxelas, Bélgica
23 de abril de 2021 - Oslo, Noruega
24 de abril de 2021 - Oslo, Noruega
26 de abril de 2021 - Stavanger, Noruega
29 de abril de 2021 - Leipzig, Alemanha
30 de abril de 2021 - Frankfurt, Alemanha

02 de maio de 2021 - Berlim, Alemanha
03 de maio de 2021 - Hamburgo, Alemanha
05 de maio de 2021 - Amsterdã, Holanda
06 de maio de 2021 - Colônia, Alemanha
09 de maio de 2021 - Paris, França
11 de maio de 2021 - Bournemouth, Reino Unido
12 de maio de 2021 - Liverpool, Reino Unido
14 de maio de 2021 - Londres, Reino Unido
15 de maio de 2021 - Birmingham, Reino Unido

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terça-feira, 21 de julho de 2020

Shows no Japão são remarcados para janeiro

Foto: Angie Redford/Twitter/Reprodução

Texto atualizado em 06/08/2020

Os shows do a-ha no Japão, suspensos em março devido à pandemia do novo coronavírus, foram remarcados pela banda para o início do ano que vem. As apresentações agora serão realizadas em janeiro de 2021. O grupo aproveitou a mudança de datas para incluir mais dois shows no país asiático: um em Shizuoka, no dia 23, e outro em Tóquio, no dia 30.

Novas datas da turnê japonesa

20 de janeiro de 2021 - Fukuoka
22 de janeiro de 2021 - Osaka
23 de janeiro de 2021 - Shizuoka
25 de janeiro de 2021 - Tóquio
26 de janeiro de 2021 - Tóquio
28 de janeiro de 2021 - Aichi
30 de janeiro de 2021 - Tóquio

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quarta-feira, 15 de julho de 2020

Livro a-ha: Down to the Tracks agora em digital

Divulgação/This Day in Music Books

O livro a-ha: Down to the Tracks, do escritor e crítico musical Barry Page, já está disponível em todos os formatos digitais. A obra, lançada no último mês de abril, agora pode ser adquirida facilmente, inclusive pelos fãs brasileiros, em plataformas como Amazon e Apple Books

Até o momento, o livro está disponível apenas em inglês. Ainda não há previsão para o lançamento em outros idiomas. Segundo o autor Barry Page, isso só deve acontecer se houver realmente alguma demanda.

Na Amazon, a edição para tablets e celulares de a-ha: Down to the Tracks custa R$ 29,99, enquanto na Apple o preço sobe para R$ 57,90.

Já os brasileiros que quiserem adquirir a versão física da obra terão que desembolsar um pouco mais. A edição importada, que será vendida no país pela Amazon a partir da segunda quinzena de setembro, custa R$ 246, pouco menos que os R$ 258 pela editora This Day in Music Books.

Lembrando que a edição limitada do livro, que acompanhava um single em vinil com a canção inédita Miss Eerie, dos Bridges, já está esgotada.

Em sua edição de julho/agosto, a revista britânica Classic Pop deu à obra de Barry Page uma cotação de quatro estrelas. “Um tributo bem pesquisado e muito bem executado”, escreveu o crítico Mark Lindores.

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sexta-feira, 10 de julho de 2020

Mags lança single e videoclipe de Troubled Times

Capa do single

Já está disponível nas principais plataformas de streaming o novo single de Mags, Troubled Times. A faixa é um cover da canção do grupo americano Fountains of Wayne e uma homenagem ao músico Adam Schlesinger, que faleceu recentemente vítima do novo coronavírus.

“Fountains Of Wayne é uma banda que eu costumava ouvir muito e que me inspirou como compositor. (…) Quando isso aconteceu, voltei e ouvi novamente muitas dessas músicas. Troubled Times é uma música linda que, de certa forma, descreve a situação em que todos nós nos encontramos”, afirmou o tecladista em entrevista à rádio NRK P1.

Além do single, Mags também lançou um clipe colaborativo, criado com imagens enviadas por fãs de todo o mundo. “Um grande obrigado a todos que contribuíram com algo da sua experiência nesses 'tempos difíceis'. Minhas desculpas aos muitos cuja contribuição não entrou na edição final, mas cada um de vocês tornou esse projeto possível. Fiquem seguros aí”, declarou o tecladista em postagem no Instagram.

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segunda-feira, 29 de junho de 2020

Turnê brasileira ficará para 2021, diz jornalista

Foto: Ros Walsh/Twitter/Reprodução

Em vídeo publicado nesta segunda-feira (29) em seu canal no YouTube, o jornalista José Norberto Flesch, conhecido por divulgar informações de shows em primeira mão, afirmou que a turnê brasileira do a-ha ficará para o primeiro semestre de 2021. “Está tudo em pé. O a-ha vem. Só essa data que precisa ajeitar ali no primeiro semestre”, disse Flesch.

Até o momento, a banda ainda não se pronunciou sobre o andamento da turnê, paralisada há quase quatro meses devido à pandemia do novo coronavírus. A última apresentação foi realizada no dia 7 de março na Nova Zelândia. De lá para cá, fãs de todo o mundo ainda aguardam um posicionamento do grupo. No site oficial do trio, ainda aparecem as mesmas datas da turnê mundial (de 1º de setembro a 28 de novembro).

sábado, 27 de junho de 2020

Álbum Hunting High and Low completa 35 anos

Disco apresentou o a-ha ao mundo e levou a banda ao topo das paradas

Neste mês de junho, o álbum Hunting High and Low completa 35 anos de lançamento. O disco de estreia do a-ha foi um marco na carreira da banda. Não apenas apresentou o trio norueguês ao mundo, como também levou o grupo ao topo das paradas e, claro, ao estrelato. Tornou o a-ha um verdadeiro fenômeno da música pop mundial. “É um disco de uma banda que queria tudo - de uma só vez”, declarou Mags.

O Hunting High and Low foi lançado primeiramente nos EUA e na Noruega em junho de 1985. Somente no final de outubro daquele ano, quase cinco meses depois, é que ele chegou a outros países, incluindo o Reino Unido. Vendeu mais de 10 milhões de cópias e tornou-se um enorme sucesso comercial, alcançando altas posições nas paradas mundiais. Foi primeiro lugar na Noruega, segundo no Reino Unido, sétimo na França e 15º nos EUA. Um êxito absoluto.

O álbum gerou cinco singles: Take on Me, Love is Reason, The Sun Always Shines on TV, Train of Thought e Hunting High and Low. Desses, três foram primeiro lugar em um ou mais países. Take on Me, por exemplo, liderou as paradas em 36 territórios, incluindo os EUA, tornando o a-ha a primeira banda norueguesa a alcançar o topo da Billboard. Já The Sun Always Shines on TV foi número 1 no Reino Unido e na Irlanda, enquanto Train of Thought liderou as paradas da Noruega.

Em sua autobiografia My Take on Me (2017), Morten conta que o álbum começou a tomar forma em 1984. Foi quando ele, Paul e Mags começaram a estabelecer as faixas do que seria o disco de estreia da banda. “A gravação ocorreu no Eel Pie Studios, em Twickenham, na zona sudoeste de Londres. Foi um belo progresso sobre o que tínhamos produzido até aquele momento”, afirmou o vocalista.

“O estúdio pertencia a Pete Townshend, lenda musical como guitarrista e compositor do The Who, uma das grandes bandas de rock britânicas. Pete ficava no andar superior, cuidando de suas coisas e, então, descia para nos cumprimentar e ver como estávamos progredindo. Um cara realmente legal”, recordou Morten.

O Hunting High and Low foi produzido por Tony Mansfield, John Ratcliff e Alan Tarney. No livro The Swing of Things (2010), Paul conta que Mansfield não quis ouvir as demos da banda de forma alguma. “Ele apenas queria fazer as coisas do seu jeito. Nós pensamos que tínhamos que ser abertos a novas ideias, mas nos arrependemos quando ouvimos o resultado. Nós nos envolvemos muito no álbum também, mas o princípio base dele era de que tudo tinha que passar pelo crivo do produtor”.

Single de Take on Me, primeiro lugar em 36 países e um dos mais vendidos da história 

“Nós conseguimos mudar uma coisa ou outra. A primeira versão de Take on Me era terrível. Parecia que um robô estava tocando. E as baladas que escrevemos soavam muito frias, sem emoção”, contou Paul.

A própria esposa do guitarrista, Lauren Savoy, confirmou no mesmo livro que as primeiras versões do a-ha eram muito melhores do que as de Tony Mansfield. “As demos originais eram inacreditáveis. Living a Boy's Adventure Tale, The Swing of Things [que só entrou no segundo álbum]... Todas elas acabaram baseadas em sintetizadores, mas antes eram mais orgânicas e belas”, afirmou.

“Lauren ouviu as demos e ficou emocionada, então quando ela foi ouvir as fitas masters vindas do Mansfield, ela apenas disse 'uh-oh'... Eu estava tão empolgado que eu não consegui entender a reação dela... Ela era a única com gosto apurado naquela época”, disse Paul.

Para Morten, os produtores têm seu estilo próprio e tendem a imprimir sua personalidade na música, e Tony Mansfield não era exceção. “Ele gostava de música pop eletrônica complexa e essa tendência não estava expondo as diferentes facetas do a-ha, ou ao menos nossa concepção a respeito do a-ha. Com o avanço das sessões de gravação, foi ficando cada vez mais claro que tínhamos uma diferença de opinião em relação a que rumo seguir”.

Segundo o vocalista, Tony Mansfield logo soube que o a-ha não era uma banda que ficava sentada de braços cruzados no estúdio. “Talvez por nossa verve de nunca ficarmos plenamente satisfeitos com nosso material, o estúdio não era um lugar aonde chegávamos e fazíamos apenas o que era pedido. Paul e Magne tinham muitas ideias e eu não ficava atrás, apesar de ter um papel um tanto diferente a desempenhar”, declarou Morten.

“Desse modo, o resultado final não foi nem a visão pura de Tony sobre como ele achava que as canções deviam soar, nem o reflexo integral de nossas próprias ideias. Acabou sendo um pouco dos dois pontos ou muito de nenhum dos dois. Um monte de ideias empilhadas e, como resultado, uma confusão. Isso nem sempre ficava imediatamente óbvio quando se ouvia: algumas canções ainda se destacavam; em outras, o foco estava no arranjo”, contou o vocalista.

Single de Love is Reason, lançado apenas na Noruega e nas Filipinas

Ainda segundo Morten, muitas das canções que acabaram no álbum possuem a marca do produtor. “Train of Thought, que se tornou nosso terceiro single, é um bom exemplo daquele som característico do Fairlight (sintetizador utilizado na gravação do disco, considerado o mais avançado da época). Here I Stand and Face the Rain é outra canção que apresenta o toque de Tony”.  

Por mais que o trabalho do produtor tenha contribuído para grande parte da sonoridade do Hunting High and Low, foi o toque de Alan Tarney, segundo Morten, que elevou os singles a outro patamar. “Alan fez sua versão de Train of Thought e, depois, também utilizou seu talento singular em Hunting High and Low”.

Foi também Alan Tarney quem produziu a versão definitiva de Take on Me, aquela que é considerada a melhor, presente no álbum e no videoclipe. Ele foi contratado pela Warner para refinar a música, já que as versões anteriores produzidas por Tony Mansfield não haviam emplacado. “Próximo ao fim das gravações, entramos em contato com o Alan Tarney. Ele trabalhou com Take on Me. Ele ouviu a demo e disse: 'Perfeito! Vamos tentar deixá-la próxima a demo'”, recordou Paul.

Outra joia entregue por Alan Tarney foi The Sun Always Shines on TV, considerada por Mags a canção mais bem produzida do álbum. “A programação de bateria feita pelo Paul nessa faixa ainda não foi superada”, contou o tecladista. A música foi a última gravada para o Hunting High and Low e a primeira que o a-ha fez com Alan Tarney do começo ao fim. Por pouco, ela não ficou de fora do disco.

“Tivemos de insistir com a gravadora para incluí-la no álbum. Paul propôs a canção já ao final do processo e tivemos de batalhar para incluí-la no Hunting High and Low. No entanto, assim que a canção ficou pronta e o pessoal da gravadora a ouviu, as discussões quanto a ser incluída ou não acabaram”, disse Morten.

Paul também recorda do processo. “A secretária de Andy Wickham (ex-vice-presidente de Artistas e Repertório da Warner) sentiu que a canção seria um hit e o convenceu a alugar o estúdio só para gravá-la”, relembrou o guitarrista.

Segundo Morten, The Sun Always Shines on TV é outra canção característica do a-ha, de um jeito completamente diferente de Take on Me. “Essa última é mais uma canção de leveza e recuperação, ao passo que The Sun Always Shines on TV é pesada e intensa. Houve muito trabalho de estúdio para levá-la a um ponto em que ficássemos satisfeitos”, afirmou.

Single de The Sun Always Shines on TV, primeiro lugar no Reino Unido e na Irlanda

“Há muita coisa acontecendo nessa canção. Lembro-me de quando Paul a tocou pela primeira vez, apenas com seu violão. Era muito mais lenta, quase uma balada na forma. Porém, quando entramos no estúdio, ele deu aquele ritmo ondulante que realmente conduz a música. Eu amei! Paul é capaz de produzir essas coisas brilhantes”, disse o vocalista.

No livro 1001 Músicas Para Ouvir Antes de Morrer (2012), a escolhida do a-ha foi justamente The Sun Always Shines on TV. “Depois do triunfo suado - e dos inúmeros relançamentos do sucesso mundial Take on Me -, o a-ha colheu frutos imediatos com The Sun Always Shines on TV. Saindo-se ainda melhor que a música de estreia, a canção foi sucesso nas paradas do Reino Unido e entrou nas 20 Mais já em seu lançamento”, escreveu o crítico musical Matthew Horton.

“O produtor Alan Tarney - que tinha dirigido os vocais e sintetizadores de Take on Me - ajudou a banda a evoluir. A marcante voz de Morten Harket ainda está lá, mas dessa vez apoiada em uma estrutura mais compacta de som. Forte onde Take on Me era frágil, The Sun Always Shines on TV se revelava em seu próprio drama: a introdução meio sacra seguida por um ritmo forte e crescente, liderado por Magne Furuholmen”, registrou o crítico.

“Sons de catedral à parte, a música é um caso sério. Harket deu força à angústia existencial do guitarrista e compositor Pal Waaktaar. 'Tenho medo da cara louca e solitária que o espelho está me mostrando esses dias'. Sob essa luz, o título é como um grito de desespero: se a vida é tão terrível, como é que ela parece tão bonita na televisão? O grupo compartilha o talento dos escandinavos do Abba em transformar desassossego em bela melodia”, registrou Matthew Horton.

E acrescentou: “A canção teve um legado duradouro: muitos fãs ficaram contentes em ver semelhanças com o sucesso do U2 Beautiful Day, lançado em 2000; e Morrissey fez uma versão, The Sun Never Shines on TV, num show para o público norueguês em 2004”.

Em outro livro da mesma coleção, o 1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer (2007), o jornalista e crítico John Doran também faz elogios à música. “O álbum possuía várias preciosidades, incluindo a frenética e quase operática The Sun Always Shines on TV, um legítimo hit que começa com um lamento sentido e vai crescendo até se tornar uma muralha de guitarras e cordas, no melhor estilo Phil Spector”, escreveu.

Segundo Paul, a banda estava muito esgotada quando gravou a canção. “Magne e Morten chegaram a dormir no estúdio com febre alta”. De fato, as gravações do álbum foram muito desgastantes para o grupo.

Single de Train of Thought, primeiro lugar na Noruega e quarto na Dinamarca

“Trabalhamos duro, muito duro. Houve ocasiões em que gravamos por até vinte horas seguidas. Eu chegava a ficar tão cansado que dormia durante a gravação - lá estava eu cantando, e de repente adormecia e caía da cadeira, direto no chão”, afirmou Morten em sua autobiografia.

No livro The Swing of Things, o vocalista também falou sobre o estado da banda nos dias que antecederam à finalização do Hunting High and Low. “Magne caiu no sono dentro de uma caixa de violoncelo. Nós três éramos terrivelmente alérgicos a tudo. Foi uma das sessões de gravação mais cheias de poeira de que me lembro”, declarou o vocalista.

Um álbum repleto de joias

Para Mags, o Hunting High and Low é um disco que inclui as mais puras jóias do Paul, como a própria faixa título e também Living a Boy's Adventure Tale. “Esta última é, inclusive, a favorita do vocalista do Coldplay, Chris Martin, e na minha opinião poderia ter se tornado um clássico. Train of Thought também”, contou o tecladista.

“Eu e Paul escrevemos uma parte de I Dream Myself Alive nos tempos dos Bridges/Poem. Eu acho que ela tem uma espécie de energia meio bizarra que falta em muitas músicas pop. De fato, foi uma das minhas contribuições das quais fiquei com mais expectativas”, afirmou Mags.

Em sua autobiografia, Morten conta que lembra da primeira vez em que ouviu seu colega de banda tocar o que seria a faixa título. “Paul se aproximou de mim com seu violão, dizendo que tinha uma nova versão de Hunting High and Low. Ele não havia composto a letra ainda, por isso, acompanhado pelo violão, Paul apenas cantarolou e assobiou a melodia. Fiquei espantado”.

Até então, Morten conhecia apenas versões iniciais da canção, com letra e arranjo completamente diferentes (confira aqui). “De fato, as primeiras encarnações da música eram bem diferentes da versão final e nunca chegaram a me fisgar. Para começo de conversa, a música tinha um ritmo acelerado. O coro cantava com o dobro de velocidade e os versos eram totalmente distintos”, afirmou.

“Parecia outra totalmente diferente, com os acordes e uma melodia com peso e volume, o que transformava o que fora uma música sem ênfase numa peça épica”, disse Morten. Foi a partir daquele momento que ele percebeu que a canção teria condições de se tornar um clássico. “Como faixa título, o título do álbum, tudo aquilo se tornou evidente para mim. Fiquei muito impressionado por Paul ser capaz de criar aquilo sobre os escombros de uma outra peça musical”.

Single de Hunting High and Low, quarto lugar na França e quinto no Reino Unido

Novamente com a ajuda do produtor Alan Tarney, o a-ha decidiu retrabalhar a canção Hunting High and Low. Para o lançamento do single, a banda adicionou uma parte com orquestra, tornando a faixa ainda mais grandiosa. “As cordas foram gravadas no Abbey Road Studios e estávamos lá durante as sessões”, recorda Morten.

“Paul e Magne são loucos por uma grande seção de cordas e adicionarão uma em qualquer oportunidade. Eu sou da opinião de que precisamos economizar os sons orquestrais para a canção correta. Do contrário, nós os desvalorizamos. Há a tendência de utilizá-los simplesmente como recheios. No caso de Hunting High and Low, o uso das cordas era bastante acertado”, contou o vocalista.

No lugar certo e na hora certa

Entre os destaques do álbum, o jornalista e crítico John Doran menciona como notáveis “a melancólica faixa-título e a introspectiva Train of Thought”. Segundo ele, o a-ha estava no lugar certo e na hora certa para aproveitar a revolução da MTV em meados dos anos 80. E a união de três grandes talentos fez toda a diferença.

“A combinação do guitarrista e principal compositor Paul 'Pal' Waaktaar com o pianista clássico Magne 'Mags' Furuholmen, assim como a voz e a boa aparência do vocalista, asseguravam que esta não seria uma banda de um único sucesso”, registrou. “Apesar de desprezado pela estética rock-retrô dos anos 90, Hunting High and Low permanece como um luminoso clássico do electro-pop”.

Sobre o projeto gráfico do disco, assinado por Jeri McManus, John Doran escreveu: “A capa reúne todas as tendências da época - fotografia em preto e branco desfocada, camisetas justas e cortes de cabelo estilo Lady Di - mas disfarça o gênio pop que se encontra em seu interior”. A foto de capa, é importante lembrar, foi tirada pelo americano Just Loomis, que acompanhou a banda em diversos outros trabalhos. 

Após o lançamento do Hunting High and Low, o a-ha foi indicado ao Grammy na categoria de Melhor Artista Revelação, sendo a primeira banda norueguesa a alcançar tal feito. O prêmio, no entanto, acabou ficando com a britânica Sade. Os clipes de Take on Me e The Sun Always Shines on TV também foram indicados ao MTV Video Awards. Das 11 indicações, a banda foi premiada em oito.

Edição especial de aniversário do álbum lançada em setembro de 2015 

Ao longo dos anos, o álbum Hunting High and Low ganhou diferentes edições especiais. A primeira saiu em 2010, em formato duplo, nos 25 anos do disco. Foi intitulada de Deluxe Edition e incluiu basicamente versões demo, remixes e b-sides. Já em 2015, no trigésimo aniversário do álbum, saiu a segunda e mais completa edição: a Super Deluxe Edition. O box com quatro CDs, um DVD e um livro foi um deleite para os fãs. Em 2019, saiu outra edição especial: The Early Alternate Mixes. Dessa vez, apenas em vinil e com versões alternativas das canções.

“Continuo sentindo muito orgulho de Hunting High and Low. É um grande álbum de estreia e há inúmeras memórias naquelas canções: foram elas que lançaram nossa carreira, cada uma contando sua própria história de nossa ascensão, desde os nossos quintais até o topo das paradas de sucesso”, define Morten.

“Foi um disco que vendeu muito e continua vendendo ao redor do mundo. Refletiu as emoções de muitas pessoas e influenciou diversos músicos ao longo do caminho. Sou imensamente grato por fazer parte dele”, finaliza o vocalista.

Para marcar os 35 anos do Hunting High and Low, o jornal O Estado de São Paulo publicou este mês um infográfico bem completo sobre o álbum. O material, assinado pelo infografista Diogo Shiraiwa, aborda a história do a-ha, a discografia da banda e até mesmo ascensão do pop escandinavo. “Coeso e correto no uso de teclados e sintetizadores [...], é com certeza o melhor álbum da carreira da banda”. Vale a leitura.

terça-feira, 23 de junho de 2020

Antena 1 escolhe o a-ha como o Artista da Semana

Foto: Anice Hassim/Reprodução/Twitter

O a-ha é o Artista da Semana no site da rádio Antena 1. A emissora publicou uma matéria e um podcast de 28 minutos narrando toda a trajetória do grupo. “A banda é reconhecida mundialmente como uma das maiores de todos os tempos”, registrou o site da rádio paulista.

O podcast da Antena 1 traz na íntegra quatro canções do a-ha, duas delas em versões especiais: Summer Moved On, Hunting High and Low (Extended Remix), Take on Me (Video Version) e Crying in the Rain.

terça-feira, 16 de junho de 2020

Banda grava vídeo promocional para a Volkswagen

Divulgação/a-ha.com

O a-ha divulgou nesta terça (16) um vídeo promocional que gravou em parceria com a montadora alemã Volkswagen. Intitulada Iconic, a campanha de 4 minutos foi produzida em formato de documentário e usou como premissa o surgimento de um ícone. No caso do trio, Take on Me. Já da montadora, a Kombi, que na Europa é chamada de Caravelle, agora 100% elétrica, ou seja, sem emissão de dióxido de carbono (CO²).

“No último outono, dirigimos pela Noruega com a Volkswagen para falar sobre a criação de nossa música icônica e o futuro da mobilidade”, publicou o a-ha nas redes sociais. Apesar de ter sido divulgado agora, o vídeo foi gravado no final do ano passado na cidade de Kristiansand.

Na campanha, Morten aparece dirigindo a van e pegando Paul e Mags no caminho. Para trilha sonora, foi escolhida, claro, a versão acústica de Take on Me. Os três integrantes da banda dão depoimentos sobre a canção enquanto são mostradas fotos de arquivo, algumas nunca antes divulgadas. Uma delas mostra Paul ainda adolescente segurando um violão que ele tem até hoje.

“Icônico era uma palavra que nunca usamos”, disse o guitarrista. “Sempre procuramos coisas que davam arrepios. Você apenas tem que seguir isso”, afirmou o músico.

“Éramos três meninos e estávamos apenas fazendo o que amamos”, declarou Morten. “Você não pode criar nada icônico planejando fazê-lo. É algo que acontece”, completou o vocalista.

Reprodução/YouTube

“Escrever algo em uma idade tão jovem provavelmente se tornará a coisa pela qual você ficará mais famoso. É uma coisa desconcertante”, disse Mags. “Música, textos e imagens sempre fizeram parte da minha vida. Estou fazendo agora o mesmo que fiz aos 15 anos de idade. Eu pinto, escrevo e toco música”, completou.

Em outro trecho do vídeo, o tecladista diz que uma das coisas que uniu os três, mesmo tendo personalidades diferentes, foi o fato de ousarem sonhar alto. “Quem disse que não poderíamos ser a maior banda do mundo?”, questionou.

Reinvenção, um dos temas da campanha, também foi comentada pelo grupo. “Sempre incentivamos a nós mesmos e ao nosso público a aceitar músicas novas, diferentes e ambiciosas”, declarou Mags. “A música pop é pegar uma fórmula que existe há 40 ou 50 anos e reinventá-la o tempo todo”, disse. Para Paul, reinventar é uma obrigação.

“O que temos em comum com o a-ha? Nunca paramos de nos reinventar”, afirmou a Volkswagen em seu site oficial.

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sexta-feira, 8 de maio de 2020

Mags homenageia músico com gravação de cover

Foto: lepaixx/Reprodução/Twitter

Mags divulgou hoje em sua conta no Instagram uma versão cover que fez da música Troubled Times, uma homenagem ao cantor e compositor americano Adam Schlesinger, antigo membro da banda de rock alternativo Fountains of Wayne. Adam morreu no dia 1º de abril, aos 52 anos, por complicações causadas pelo novo coronavírus (Covid-19).

“Como um pequeno presente para vocês, gravei os vocais para a minha versão de Troubled Times, minha homenagem ao Fountains of Wayne e à perda de um de seus compositores”, escreveu Mags.

O tecladista disse que gostou muito do resultado e que pode vir a lançar a canção como single, caso haja uma boa repercussão. Para produzir a faixa, ele contou com a ajuda do norueguês Morten Qvenild.

As imagens do vídeo postado por Mags foram feitas por ele mesmo. “Ontem fiz um passeio pela floresta e registrei alguns vídeos e fotos do inegável milagre da primavera que acontecia à nossa volta”. A edição ficou por conta do filho Thomas Vincent. “Andando pela floresta, percebi o efeito calmante da natureza nos últimos dois meses”.

Mags diz que planeja fazer um novo vídeo, desta vez unindo imagens captadas pelos seus fãs. “Seria uma espécie de documento dos tempos difíceis que vivemos juntos”, disse em referência ao nome da canção.

“Algo esperançoso para o futuro, algo significativo e/ou importante ao seu redor que o ajudou a lidar. Poderia ser uma coisa bem legal, não? Bem, deixem-me saber o que vocês pensam. E, nesse meio tempo, aproveitem a música e o vídeo”, finalizou o tecladista.

A versão original de Troubled Times foi lançada pela banda Fountains of Wayne em 1999 no álbum Utopia Parkway. Para ouví-la, clique aqui.

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