Foto: Divulgação/Hydro |
A poucos dias do início da turnê européia, o site oficial publicou na última sexta-feira (26) uma entrevista com Mags. Sempre muito direto e sincero nas respostas, ele falou sobre os preparativos para a retomada dos shows e confirmou que haverá novidades no repertório, com a inclusão de músicas nunca tocadas ao vivo. Disse também que uma versão remix de Cast In Steel deve ser lançada nas rádios da Alemanha e falou um pouco da inspiração por trás da composição de Objects in the Mirror, que inicialmente se chamaria Retrospective. Mags ainda aproveitou a entrevista para criticar a Universal Music, que segundo ele não se empenhou em promover o novo álbum em vários países, e lamentou o fato de o a-ha compor hoje separadamente. “É realmente uma pena que a gente não seja capaz de reacender aquela dinâmica”, disse em referência ao período da banda nos anos 80.
a-ha.com: Olá Magne, obrigado por participar deste Perguntas & Respostas! As coisas devem estar bem ocupadas neste momento com a preparação para a turnê. A banda está fazendo ensaios agora? Que preparativos finais estão em curso antes do início da turnê na Rússia, em 6 de março?
Magne: Muito trabalho de preparação está acontecendo em diferentes áreas - agora mesmo estão sendo realizados ensaios individuais antes de nos reunirmos por alguns dias para ensaiarmos juntos algumas das músicas novas. E novos elementos cenográficos também estão sendo finalizados e implementados na produção.
Além disso, estamos trabalhando com gente nova nos bastidores para alguns eventos-surpresa futuramente... (diz de forma misteriosa).
Foto: André Nery/JC Imagem |
Magne: Sim, há muitas mudanças desde a América do Sul. Depois daquela turnê, demos uma olhada para ver que coisas novas nós sentimos que funcionaram bem e que coisas não funcionaram tão bem. Incluímos algumas outras novas canções à lista que nunca havíamos tocado antes.
Além disso, estamos levando Tini conosco para a Rússia! Assim teremos espaço para uma voz feminina em certas partes do show, o que é uma adição emocionante de cor.
a-ha.com: No outono passado, realizamos uma enquete perguntando aos fãs que músicas do novo álbum eles queriam ouvir ao vivo. Você ficou surpreso com as respostas?
[She's Humming a Tune, Cast In Steel e Forest Fire foram as três mais votadas].
Magne: Os fãs sempre dão respostas simples a essas coisas, então sempre há algumas opiniões legais e às vezes algumas inesperadas.
Já tocamos duas dessas músicas na América do Sul, de fato. Ultimamente tentamos olhar o show a partir de uma perspectiva global, fazendo uma mistura de antigo e novo, alegre e sombrio.
Foto: Divulgação/Hydro |
a-ha.com: Tini tocará com a banda nos shows da Rússia, Letônia e Belarus. Como surgiu a ideia?
Magne: No passado, tivemos uma turnê com Anneli Drecker nos vocais para duetos e suporte, e todos ficaram surpresos e realmente gostaram da dinâmica e do contraste que uma voz feminina trazia. Morten sente que há muito de sua voz ao longo de todo o show, e que a completa experiência para os fãs pode ser muito reforçada com essa adição. Mas aqui pra nós, eu tenho certeza que ele também gosta da interação com outra vocalista... hehe.
Procuramos alguém que a gente sentia que acrescentaria uma qualidade emocional ao show. Ficamos muito felizes que Tini disse sim ao convite.
a-ha.com: Daqui a um mês o a-ha retorna ao Reino Unido! Você disse que a Inglaterra - em particular Londres - é muito especial para a banda, uma vez que vocês moraram lá por mais de 10 anos. Você está ansioso para tocar lá novamente?
Magne: Londres é a cidade que moldou o que o a-ha se tornou, por isso é sempre uma sensação fantástica “voltar para casa” na Inglaterra.
Na verdade, os fãs de qualquer lugar nos fazem sentir em casa onde quer que a gente esteja.
Foto: Fabio Setti/Finíssimo |
a-ha.com: Objects in the Mirror foi lançada no Reino Unido há duas semanas, no mesmo dia que Cast In Steel foi lançada em outros países. Como isso aconteceu?
É comum singles diferentes serem escolhidos para países diferentes?
Magne: Às vezes países diferentes podem lançar músicas diferentes. Nossa gravadora na Alemanha queria lançar Cast In Steel, enquanto que na Inglaterra eles queriam Objects in the Mirror.
Nós fizemos uma regravação de Cast In Steel juntos no Brasil para tentar obter algo mais unificado fora do estilo-a-ha, e então trabalhamos com três diferentes produtores para ver como ficaria. No final, Paul e eu sentimos que Steve Osborne tinha a melhor versão. Embora sempre haja qualidades nas diferentes versões - você raramente consegue ter as melhores partes juntas em uma única versão, por mais que você tente.
A gravadora insistiu em lançar um remix alemão da música para as rádios do país, o que provavelmente vai acontecer, mas nós três raramente ficamos animados com remixes.
Para Objects in the Mirror há também uma versão de Steve Osborne, que eu pessoalmente acho muito mais melódica. De forma geral, ficamos desta vez um pouco decepcionados com a falta de esforço concentrado da gravadora para promover o novo álbum em vários países. Então, o que quer que um país realmente queira lançar, no final a gente acaba indo junto.
Fotos: Vianey Bentes/TV Globo |
a-ha.com: É uma ótima notícia que a rádio BBC2 tenha colocado em sua lista Objects in the Mirror e que os ouvintes parecem ter gostado - esta semana a música permaneceu na lista da emissora. O quê, em relação à música, você acha que é atraente ao público do Reino Unido em particular?
Magne: Eu fiquei realmente feliz que a rádio inglesa tenha gostado e selecionado esta música. Todo tempo eu senti que ela seria uma forte candidata a single. Às vezes você pode ficar um pouco míope em relação ao seu próprio material, por isso é sempre bom quando alguém de fora a valoriza.
a-ha.com: Quando a música foi escrita, e o que a inspirou?
Magne: Eu escrevi essa música no período que antecedeu a gravação do álbum, e eu lembro de ter pensado que aquele foi o momento que eu me reenseri no 'modo a-ha'.
Ela imediatamente soou como uma espécie de música retrospectiva. E de fato ela foi inicialmente chamada de Retrospective. De várias formas ela é sobre o a-ha, então eu intencionalmente coloquei pequenos ganchos e riffs que foram pegos de antigos materiais da banda. Eu fiquei realmente surpreso como poucos inicialmente reconheceram a referência ao riff de Take on Me no final.
A música é sobre encontrar a si mesmo em um lugar familiar, fisicamente ou mentalmente, ao longo dos anos, e olhar para a 'paisagem' com novos olhos.
Alguns anos atrás, eu anotei a frase 'objetos no espelho retrovisor estão mais próximos do que eles realmente aparecem', que estava no retrovisor de uma picape americana que eu tinha, e eu senti que tinha algum potencial poético.
Single |
a-ha.com: Durante o tempo em que o a-ha ficou inativo, você escreveu e produziu músicas para outros artistas. De que forma isso foi semelhante ou diferente em relação a trabalhar em músicas para o a-ha?
Magne: Cada situação é diferente, o que é ótimo quando se tem diferentes colaborações. Você sempre provoca a si mesmo, mas as energias que você recebe e a interação com diferentes talentos são sempre imprevisíveis e enriquecedores. Além disso, eu acho que jamais vou encontrar uma melhor combinação de talentos diferentes e que se complementam como o que tínhamos com o a-ha nos anos 80.
É realmente uma pena que a gente não seja capaz de reacender aquela dinâmica. Exceto no palco, onde há alguns momentos incríveis em que a gente deixa tudo para trás e apenas nos comunicamos novamente pela música.
a-ha.com: Algumas letras da música (assim como outras do álbum) estão incorporadas em seus trabalhos de cerâmica instalados em Fornebuporten. A música começou como uma poesia de Magne F, e depois virou uma música do a-ha, ou você a escreveu para o Cast In Steel?
Magne: Como você sabe? Você foi lá e já olhou!? Na verdade, esse texto começou com a música e fez o seu caminho até o parque de escultura, embora de uma forma mais fragmentada.
Os processos de trabalho com o álbum e com o parque de escultura foram praticamente paralelos, por isso teve muita polinização cruzada.
Eu realmente gosto de submeter meus textos a diferentes circunstâncias ou 'espaços', como eu costumo chamar.
Foto: Stephan Solon/Move Concerts Brasil |
a-ha.com: É interessante que os dois atuais singles do a-ha - Objects in the Mirror e Cast In Steel - têm um tema nostálgico. Na verdade todo o álbum tende a ser retrospectivo e nostálgico, no geral. Como vocês escreveram as músicas separadamente, esse tema foi uma coincidência? Ou houve um esforço deliberado para evocar essas emoções com este álbum em particular?
Magne: Não houve nenhum plano deliberado ou discutido. Eu acho que é apenas o tempo de vida. Todos nós provavelmente temos um pouco de nostalgia do passado e ainda temos que lidar com a interpretações de cada um da história que vivemos.
a-ha.com: Quantas músicas você compôs para o Cast In Steel? Foi um processo difícil para a banda escolher que músicas seriam incluídas no álbum?
Magne: Sim, eu acho que o mais difícil até agora. Nós tentamos fazer isso de um jeito fácil através de uma 'votação cega' e da escolha da maioria, convidando até uma pessoa de fora da banda para balancear com um voto, mas acabou sendo ainda mais difícil.
Resolvido o impasse, eu não tinha uma pilha de músicas esperando para serem gravadas, mas escrevi todas elas durante o período de gravação.
Eu acho que entreguei seis músicas no total, com The End of the Affair e Flags in the Air ficando de fora. Todos brigam por aquilo que acreditam, e no final você acaba cedendo.
a-ha.com: Em dezembro, o seu filho Filip lançou Flags in the Air, que você tinha escrito originalmente para o a-ha. É possível ouvirmos outras músicas que não entraram no Cast In Steel, não apenas suas, mas também de Morten e Paul?
Magne: Flags in the Air foi outra canção que eu pensava que tinha um real potencial, mas infelizmente eu fui o único. Havia muito material bom de todos que acabou não entrando no álbum, então eu tenho certeza que essas músicas vão aparecer futuramente em projetos solo... Elas normalmente aparecem.
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